- Peri Dias
Quem são os 20 LGBTs mais influentes do mundo em 2019

Uma atriz americana bissexual, uma cantora australiana drag queen, uma jornalista belga transgênero e um político brasileiro gay estão entre os 20 LGBTs mais influentes do mundo em 2019,segundo a edição francesa da revista Vanity Fair, dedicada a entretenimento, moda, política e comportamento.
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A variedade de perfis dessas pessoas dá uma ideia do quanto a comunidade LGBT+ ao redor do mundo é diversa e do quanto o preconceito ainda é generalizado. Por mais diferentes que sejam os contextos profissionais e políticos em que essas celebridades atuam, os pontos em comum entre elas são a vontade de lutar por aceitação, a coragem de se posicionar firmemente na busca por direitos iguais e a capacidade de provocar mudanças por meio do seu ativismo.
Como qualquer lista desse tipo, a compilação da Vanity Fair é determinada pelo ambiente em que vive o autor. Dá para perceber, é claro, um olhar mais atento para os LGBTs da Europa, em especial os da França, já que esse é o país onde mora o repórter que fez o levantamento, Pierrick Geais, e da própria publicação.
Outro ponto que merece atenção é o fato de a lista se restringir a 2019, ou seja, quem foi escolhido está ganhando relevância neste momento. LGBTs famosos há muito tempo, como a drag queen Ru Paul, o ativista político Harvey Milk e a cantora Pink, não aparecem porque já não estão vivos ou porque se consolidaram como influenciadores anos atrás.
Também é bom lembrar que listas sempre são polêmicas. Certamente, há muita gente que poderia ter sido mencionada e que não foi, assim como há pessoas das quais nós, brasileiros, muito provavelmente nunca ouvimos falar. Isso quer dizer que a lista é um fracasso? Não! Então, quer dizer que só porque uma revista francesa resolveu dizer que essas pessoas são importantes temos que concordar? É claro que não!
O que é legal nessas listas é que elas nos dão a oportunidade de conhecer gente que está fazendo algo pela causa. Além disso, também nos provocam a pensar: se você acha que esses não são os 20 LGBTs mais influentes do mundo, quem deveria estar aí e não está?
De uma forma ou de outra, ao terminar de ler essa compilação, saímos mais reflexivos e bem-informados. Na pior das hipóteses, matamos a curiosidade de ver quem a revista escolheu e nos divertimos pensando que seríamos capazes de fazer uma lista muito melhor!
Vamos aos escolhidos??
Os 20 LGBTs mais influentes do mundo em 2019, segundo a Vanity Fair francesa
20 – Loui Sand, esportista sueco
“Eu estou mal já faz algum tempo e eu sempre soube por que razão: eu nasci no corpo errado”. Foi assim que Loui Sand explicou sua aposentadoria precoce das quadras de handebol, depois de mais de 100 jogos pela seleção sueca. Em 7 de janeiro de 2019, quando ainda se chamava Louise Sand, o esportista de 26 anos anunciou que deixaria o clube francês Fleury Loiret para cuidar do processo de reconhecimento de disforia de gênero e iniciar um tratamento hormonal. O assunto chamou atenção na Europa por confirmar a força da necessidade de muitas pessoas transgêneras de assumir sua identidade de gênero. Loui Sand preferiu abrir mão da carreira vitoriosa e enfrentar o preconceito do meio esportivo a seguir vivendo com a identidade de uma mulher, como mostrou esta reportagem do site português de notícias sobre esportes Record.
19 – Corey Johnson, político americano
Em 28 de janeiro de 2019, Corey Johson, 36 anos, declarou que pretende se candidatar ao cargo de prefeito de Nova York nas eleições de 2021 e já começou a arrecadar doações para sua campanha. Porta-voz do órgão equivalente à Câmara de Vereadores da cidade americana, Johnson é um dos principais ativistas LGBT+ da Big Apple e trabalha há muito tempo pelos direitos da comunidade –esta reportagem do New York Times, em 2000, mostrou como Johnson, então estudante na high school, ajudou a mobilizar toda sua escola pela aceitação dos alunos gays. Cotado como um concorrente com chances de vencer a disputa, por já ter um papel de destaque no município, ele pode se tornar o primeiro político soropositivo a assumir um posto de tamanha visibilidade. Antes mesmo das eleições, porém, sua trajetória já o levou à lista dos LGBTs mais influentes do mundo.
18 – Vincent Dedienne, comediante francês
Ao contrário de muitos de seus colegas em início de carreira, Vincent Dedienne nunca escondeu sua homossexualidade. Ao contrário, o ator e comediante tem aproveitado o reconhecimento a seu trabalho para chamar atenção para uma organização que luta para garantir aos LGBT+ franceses o direito de não sofrerem violência homofóbica e transfóbica, a Urgence Homophobia. Além de divulgar a ONG em suas entrevistas, Dedienne já cantou em shows beneficentes e ajudou a lançar um clipe que chama atenção para a causa. Em um momento em que seu país se preocupa com o fortalecimento do antissemitismo e de outras formas de preconceito, a voz de Dedienne ajuda a lembrar que “igualdade, fraternidade e liberdade” precisam fazer parte também da França de hoje.
17 – Courtney Act, cantora e apresentadora australiana
“Ela é um ícone na Austrália”, define a revista Vanity Fair francesa, que elaborou a lista de LGBTs mais influentes do mundo. Courtney Act, nome artístico do ator Shane Jenek, começou a ficar conhecida ao se apresentar no programa Australian Idol, a versão local do conhecido American Idol, mas estourou mesmo na carreira quando participou da sexta temporada de Ru Paul’s Drag Race, o reality show apresentado pela drag queen mais conhecida do mundo e que coloca à prova o talento de um grupo de drag queens de diferentes perfis. Entre outras participações em programas televisivos de seu país, Courtney apresenta, agora, um reality chamado The Bi Life, no E! Entertainement Television, em que pessoas bissexuais participam de encontros amorosos para encontrar um parceiro ou uma parceira e descobrir mais sobre si mesmas.
16 – Bo Van Spielbeeck, jornalista belga
“Eu sou meu novo eu, algo que eu esperava há muito tempo”. Em janeiro de 2018, o jornalista belga de televisão Boudewijn Van Spielbeeck anunciou publicamente sua verdadeira identidade de gênero e começou, assim, sua transição física, de um corpo masculino para um corpo feminino. Algum tempo depois, a rede de TV em que trabalha, a VTM Nieuws oficializou a mudança, ao apresentá-la por um novo nome, Bo Van Spielbeeck, em uma transmissão especial. Aos 58 anos, Bo conta que queria realizar a transição desde os 15, mas recebeu o impulso que faltava ao observar o exemplo de pessoas trans como Caitlyn Jenner. A permanência de Bo à frente das câmeras tornou-se um símbolo de inclusão em seu país. Bo continua a viver com a mulher com quem era casada, quando vivia em um corpo masculino.
15 – Ruby Rose, atriz australiana
Conhecida por interpretar a personagem Stella, da série Orange is the New Black, a atriz australiana Ruby Rose prepara-se para encarnar a primeira super-heroína lésbica da história das séries inspirados em quadrinhos. Depois de ser repaginada pela DC, a Batwoman tornou-se uma mulher judia e homossexual, que segue protegendo Gotham City dos bandidos. Rose, que se identifica como gender-fluid (pessoa que transita entre os gêneros) e homossexual, na vida real, foi atacada no ano passado, por supostamente não ser “suficientemente lésbica” para o papel. A atriz respondeu com uma declaração que demonstra sua postura corajosa diante do tema, algo que justifica sua inclusão na lista de LGBTs mais influentes do mundo. “Eu saí do armário aos 12 anos. E durante os últimos cinco anos fui acusada de ser ‘demasiado gay’”, ela escreveu. “Eu gostaria que as mulheres e a comunidade LGBT se apoiassem mutuamente e que nós fôssemos um pouco mais gentis uns com os outros. Quando as mulheres e as minorias unem, somos invencíveis”, afirmou.
14 – Marc-Olivier Fogiel, apresentador francês
Ao lado de seu marido, François, Marc-Olivier Fogiel recorreu a duas doadoras temporárias de útero para conceber suas filhas, Mila e Lily. Depois de viver essa experiência, o apresentador tornou-se um defensor do direito de que casais homoafetivos possam contar com o apoio de mulheres e homens voluntários para gerar bebês e dar à luz. Ele tem compartilhado abertamente, em programas de televisão, relatos da sua vida como membro de uma família homoparental, com o objetivo de combater o tabu da procriação médica assistida envolvendo casais do mesmo sexo e doadores. Na França, a discussão é polêmica, mas Fogiel tem dado a cara a tapa, na expectativa de contribuir para que qualquer casal possa recorrer a esse procedimento, se assim desejar, sem preconceitos ou dificuldades legais.
13 – Kim Petras, cantora alemã
Aos 26 anos, Kim Petras faz sucesso com o público jovem, cantando músicas alegres e grudentas do melhor estilo “pop sem vergonha de ser pop”. Seu primeiro hit, I Don’t Want It At All, estourou no Spotify e impulsionou a carreira da cantora alemã, que desde então vem lotando shows e fechando parcerias com cantoras e DJs em ascensão. O que faz Petra entrar para essa lista é o fato de ela ser uma mulher transgênera e de nunca ter escondido isso. Na verdade, ela ficou conhecida, quando era pré-adolescente, por ser a pessoa transgênera mais jovem do mundo. Aos 12 anos, começou seu tratamento hormonal, concluído quatro anos mais tarde, por uma vaginoplastia. Em entrevistas, a alemã, que se mudou para Los Angeles aos 19 anos, diz que um de seus objetivos como cantora é ajudar crianças transgêneras a ter uma referência positiva. “Eu só quero que as pessoas entendam que isso (a existência de crianças transgêneras) acontece desde sempre e que não somos aberrações. Quero tornar esse processo mais fácil para as próximas gerações”, afirmou em entrevista ao site Dallas Voice.
12 – Kristen Stewart, atriz americana
Anos atrás, a atriz americana Kristen Stewart, que transitou das sagas adolescentes para os filmes autorais, tentava preservar seus romances. Assediada por repórteres de celebridades, porém, ela resolveu assumir sua bissexualidade e tornou-se uma porta voz da causa – além, claro, de uma das LGBTs mais influentes do mundo. “Eu compreendi que minha vida particular afeta muito mais gente do que só eu. Vi isso como uma oportunidade para compartilhar um pouco mais de quem eu sou, para que pelo menos alguém mais se sinta bem sendo quem é”, ela declarou ao The Guardian, em 2017. Kristen agora prepara uma adaptação para o cinema das memórias da escritora americana bissexual Lidia Yuknavicth, The Cronology of Water.
11 – Os apresentadores do Queer Eye
Eles se chamam Antoni Porowski, Tan France, Karamo Brown, Bobby Berk e Jonathan Van Ness. Cada um deles é especialista em um tema (cozinha, moda, cultura, decoração e beleza). Juntos, eles ajudam a transformar a vida de uma pessoa ou de um casal, acrescentando um pouco de cor a quem está um entediado com a vida. Foi assim que o grupo de apresentadores do reality show Queer Eye (versão atual de um programa de mesmo nome, exibido nos anos 2000) alcançou a fama e entrou para a lista dos LGBTs mais influentes do mundo. A série foi um dos sucessos da Netflix em 2018 e gerou comentários dos mais variados. Parte da comunidade LGBT+ considera que o grupo reforça estereótipos, como o do amigo gay que destila comentários frívolos sobre a aparência dos outros. Para muitos espectadores, porém, a série faz o contrário: mostra que a masculinidade e a feminilidade não precisam ser caixinhas apertadas, ao levar homens e mulheres heterossexuais a sair de seus papéis tradicionais para experimentar novas formas de se expressar e se relacionar. Trata-se de “uma grande lição de positividade, confiança e de tolerância, que é verdadeiramente de utilidade pública”, segundo a Vanity Fair.
Top 10 dos LGBTs mais influentes do mundo
10 – Tessa Ganserer, política alemã
Segunda representante alemã na lista das pessoas LGBTs mais influentes do mundo, Tessa Ganserer fez história em seu país ao tornar-se a primeira mulher transgênera a assumir uma cadeira no Parlamento. “Eu sou uma mulher, em todas as fibras do meu corpo, e agora sou também a ‘senhora deputada regional’”, ela declarou nas redes sociais, ao ser escolhida para representar a Baviera, pelo Partido Verde. Reconhecida por seu histórico de atuação pelo meio ambiente, Tessa na verdade já fazia parte do Parlamento quando fez a declaração acima, mas sua primeira eleição, assim como a reeleição, ocorreram quando ela tinha uma identidade masculina (seu nome, à época, era Markus Ganserer). Logo após ser reeleita, ela anunciou que pretendia realizar a transição para o gênero feminino e assumir o posto já como Tessa. A Baviera é conhecida por ser politicamente conservadora, o que acrescentou um elemento de controvérsia à decisão, mas não chegou a ser um problema. Mesmo Ilse Aigner, a líder da União Social Cristã, partido conservador e contrário ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, apoiou que Tessa seja reconhecida como mulher. “Nosso colega se torna uma colega, isso não deve ser um problema nesta casa e deve ser respeitado”, afirmou.
9 – Troye Sivan, cantor sul-africano
Ao 23 anos, o cantor nascido em Joanesburgo tem “derrubado as barreiras para a cultura queer”, segundo a Vanity Vair. Suas músicas falam de amor e de sexo entre dois homens com a mesma naturalidade que se encontra nas músicas de outros cantores, em que os personagens são heterossexuais. Como mostra esta reportagem da revista Quem, Troye já contou, em entrevistas, como tenta refletir em seu trabalho a busca por autoaceitação. “Em um momento no Bloom [um videoclipe de seu novo álbum], eu estava mudando essa visão que eu tinha para fazer um vídeo extremamente extravagante, e me peguei me olhando no espelho e meu coração afundou. Eu me senti com quatorze anos de novo. Tipo, ‘Está tudo bem?’. E, claro, tudo bem. Era o que eu queria fazer. Eu me senti legal. Eu me senti sexy. No entanto, havia aquela homofobia internalizada me fazendo duvidar de mim mesmo e me questionar. É difícil mudar esse tipo de coisa”.
8 – Pette Buttigieg, político americano
A revista Vanity Fair se pergunta: “Será que ele pode ser o próximo presidente do Estados Unidos?”. Pete Buttigieg tem 37 anos, mas já se declarou candidato à pré-eleição do partido Democrata para escolher quem concorrerá ao posto ocupado, hoje, por Donaldo Trump. Caso seja escolhido, ele será o primeiro candidato à Presidência dos Estados Unidos abertamente homossexual. Buttigieg já foi militar e prefeito de South Bend, no estado de Indiana. Ele acredita que seu país “pode estar pronto” para ter um líder gay na Casa Branca.
7 – Nora Monsecour, bailarina belga
Peças tradicionalmente associadas às mulheres – maquiagem, perucas e vestidos, por exemplo – fazem parte de seu guarda-roupa. Ele chamou atenção do público assim que subiu ao palco do programa que define o candidato da França no Eurovision, um concurso de música extremamente popular na Europa. Carismático e dono de uma voz marcante, venceu o concurso e, de quebra, gerou uma forte discussão em seu país sobre os rótulos que definem o que é “para homens” e o que é “para mulheres” . Aos 19 anos, ele já se tornou uma estrela no You Tube e um símbolo da luta contra a homofobia. Os ataques que sofreu recentemente pela internet mobilizaram celebridades e políticos em sua defesa, porque passaram dos limites da crítica artística.
Outra representante belga na lista dos LGBTs mais influentes do mundo, Nora Monsecour é uma mulher trans. Sua história inspirou o diretor Lukas Dhontpour a produzir o filme Girl, aclamado pela crítica no festival de Cannes de 2018 e escolhido para representar a Bélgica na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O adolescente do filme tem dois sonhos: tornar-se uma estrela e se submeter à cirurgia de transição para um corpo feminino. Na vida real, Nora alcançou os dois objetivos. A bailarina, que hoje faz carreira na Inglaterra e chegou a ser finalista do programa Young Dancer, da BBC, espera que o filme ajude jovens como ela a se aceitarem melhor.
6 – Kiddy Smile, DJ francês
Em 21 de junho de 2018, a música eletrônica entrou no imponente Palais de l’Elysée, sede do governo francês, a convite do presidente Emmanuel Macron. Entre os artistas presentes, um chamou mais atenção: Kiddy Smile, que vestia uma camiseta com a frase “filho de imigrantes, negro e bicha”, em francês. O gesto de afirmação política foi criticado por vários representantes da direita francesa e transformou o DJ em alvo de haters nas redes sociais. Conhecido na noite parisiense por ser um dos principais representantes do voguing, festas com coreografias inspiradas nos desfiles de moda, Kiddy é um militante pela inclusão dos negros e dos LGBT+. Para ele, a música e o posicionamento corajoso são os melhores caminhos para transmitir suas mensagens.
5 – Mounir Mahjoubi, secretário de Estado na França
Voz ativa pelos LGBT+ no governo francês, Mounir Mahjoubi ocupa o cargo de secretário de Estado para Assuntos Digitais. Já posou com seu companheiro, Mickaël Jozefowicz, para a revista Paris Match, uma das mais importantes da França, em uma reportagem que celebrava a presença de um homem gay em um alto posto do governo. O secretário também se engajou em uma campanha de apoio contra o cyberbullying, quando a cantor que representará a França no concurso Eurovision, Bilal Hassani, foi vítima de ataques violentos na rede por ser homossexual. Por sua defesa ativa da causa, tornou-se um dos LGBTs mais influentes do mundo.
4 – Hayley Kiyoko, cantora americana
Estrela da música pop nos Estados Unidos, Hayley Kyoko, 27 anos, é mais conhecida no Brasil como a Velma do filme Scooby-Doo! Ela já foi protagonista de programas infantis no Disney Channel, quando era bem mais jovem, mas depois de adulta, passou a se divertir derrubando barreiras. Em 2015, ela saiu do armário com a música Girls Like Girls, que diz: “Garotas podem amar garotas, do mesmo jeito que os garotos, nada de novo”. O clipe da música no YouTube (abaixo) tem mais de 100 milhões de visualizações. A intenção de Hayley com músicas como essa, ela diz, é mostrar às pessoas que elas podem gostar de quem elas quiserem.
3 – Jean Wyllys, político brasileiro
Único representante latino-americano na lista dos LGBTs mais influentes do mundo segundo a Vanity Fair, o ex-deputado federal Jean Wyllys foi eleito pelo PSOL do Rio de Janeiro para seu segundo mandato, que ele deveria assumir em 2019. Porém, Wyllys renunciou ao cargo e se mudou do Brasil , por causa das ameaças de morte que ele e sua família vinham recebendo. Único representante abertamente LGBT+ no Congresso brasileiro, de 2015 a 2018, ele passou o cargo a seu suplente, David Miranda, que também é gay. No Congresso que chegou ao poder este ano, há só mais dois parlamentares que se identificaram como LGBT+ durante a campanha, o que significa que a representatividade dessa comunidade, mesmo depois de muito aumentar de um período para o outro, alcançou apenas 0,5% (neste post, o Blog do Veduca discute por que isso importa). Segundo a Vanity Fair, a história de Wyllys “foi notícia no mundo inteiro” e “fez soar um alarme” para o perigo da intolerância e da homofobia.
2 – Sharice Davids, política americana
Quando saíram os resultados da eleição de meio de mandato nos Estados Unidos, em novembro de 2018, Sharice Davids tornou-se a primeira mulher indígena americana a ocupar uma cadeira no Congresso – ela pertence à etnia Ho-Chunk do estado de Winsconsin. Assumidamente lésbica e eleita pelo partido Democrata, ela é também a primeira deputada LGBT+ a representar o estado pelo qual se elegeu, Kansas, considerado conservador e que tradicionalmente prefere candidatos do partido Republicano. Sharice prometeu trabalhar pela defesa das minorias sociais, incluindo mulheres, indígenas e pessoas LGBT+.
1) Bilal Hassani, cantor francês
No topo da lista dos LGBTs mais influentes do mundo em 2019 segundo a Vanity Fair francesa está o cantor que tem gerado manchetes e controvérsias apaixonadas entre os europeus. Bilal Hassani é jovem, gay e normalmente se apresenta com um visual queer. Peças tradicionalmente associadas às mulheres – maquiagem, perucas e vestidos, por exemplo – fazem parte de seu guarda-roupa. Ele chamou atenção do público assim que subiu ao palco do programa que define o candidato da França no Eurovision, um concurso de música extremamente popular na Europa. Carismático e dono de uma voz marcante, venceu o concurso e, de quebra, gerou uma forte discussão em seu país sobre os rótulos que definem o que é “para homens” e o que é “para mulheres” . Aos 19 anos, ele já se tornou uma estrela no YouTube e um símbolo da luta contra a homofobia. Os ataques que sofreu recentemente pela internet mobilizaram celebridades e políticos em sua defesa, porque passaram dos limites da crítica artística. Foram ameaças de morte, xingamentos pesados e ofensas à sua identidade. Para a Vanity Fair, Hassani bagunça a ideia de expressão de gênero, o que deixa muita gente angustiada. Ainda assim, o jovem cantor segue orgulhoso para o Eurovision, que este ano será em Tel Aviv, disposto a compartilhar com o mundo uma mensagem de inclusão.
Quer saber mais sobre os LGBTs mais influentes do mundo em 2019?
*Uma das escolhidas para a lista da Vanity Fair francesa de LGBTs mais influentes do mundo, a bailarina contemporânea Nora Monsecour aparece em uma apresentação incrível de dança, postada no canal da Northern School of Contemporary Dance. Veja abaixo o vídeo.
*Conheça também a música que Bilal Hassani, o primeiro colocado na lista dos LGBTs mais influentes do mundo, defenderá no Eurovision, chamada Roi.
*Não basta saber quem são os LGBTs mais influentes do mundo, é preciso conhecer também a versão brasileira dessa lista. A Rede Guiya, responsável por sites de notícias de interesse da comunidade LGBT+, divulgou recentemente uma compilação das pessoas gays, lésbicas, bissexuais e transgêneras mais influentes do Brasil. Veja os 10 primeiros colocados, nesta reportagem do site Põe na Roda.
*Não são apenas os 20 LGBTs mais influentes do mundo que enfrentam com coragem o preconceito.
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