- Peri Dias
Produção enxuta mudou a estrutura das empresas
A indústria automobilística e a fabricação de bens como um todo se transformaram, a partir dos anos 1980, com o surgimento da produção enxuta.
Compreender esse modelo de produção é essencial para saber como chegamos aos processos e às tendências de gestão atuais em qualquer setor da economia.
Uma excelente fonte de informações sobre produção enxuta é o curso online de Fundamentos de Administração do Veduca.
Por isso, ao pensar em escrever sobre produção enxuta, nós do Blog do Veduca fomos assistir aos vídeos do curso sobre esse tema.
Neste post e no próximo, vamos compartilhar com você algumas das informações e análises mais importantes das aulas que acompanhamos!
Veja abaixo como funciona o curso online e, logo a seguir, acompanhe o que aprendemos sobre produção enxuta!
Aulas trazem perspectivas histórica e prática
O curso é apresentado por Hélio Janny Teixeira, doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e professor da mesma instituição.
Pesquisador e consultor em gestão pública e privada, ele é autor de alguns dos livros mais utilizados no Brasil para o estudo dos Fundamentos de Administração.
Em quase nove horas de aulas em vídeo, o professor conduz os alunos pelos conceitos básicos da disciplina, com ênfase na história da Administração e nas suas relações com os acontecimentos da economia, da política e da sociedade.
Além disso, Janny Teixeira também aborda definições e práticas fundamentais para que o estudante compreenda o papel do administrador em uma organização, seus desafios e os recursos que estão à sua disposição.
Como em qualquer curso do Veduca, o aluno pode assistir às aulas quando e onde quiser, porque os vídeos ficam disponíveis no site. Não é preciso baixar nenhum arquivo e não há qualquer atividade que tenha que ser feita em um horário específico.
Quem quiser fixar o conteúdo pode fazer testes ao fim de cada módulo. Ao término do curso, se o aluno for aprovado na prova final, tem acesso a um certificado virtual, que serve para comprovar suas horas de estudo e enriquecer o currículo.
O vídeo abaixo traz uma breve amostra dos temas que o curso abrange.
Bem, agora que ficou claro de onde vieram as informações que vamos compartilhar, é hora de entrar no tema da produção enxuta!
O que é e como surgiu a produção enxuta
Produção enxuta é um modelo de produção que combina características da produção artesanal e da produção fordista, ou seja, da fabricação em massa.
Assim como a produção fordista, a produção enxuta surgiu como consequência de uma inovação na indústria automobilística.
No caso do modelo fordista, o nome veio das inovações produtivas colocadas em prática por Henry Ford, fundador da empresa de carros americana que ostenta seu sobrenome. Já no caso da produção enxuta, o modelo foi criado pela fabricante japonesa Toyota.
A era Ford

O professor Janny Teixeira explica que a produção artesanal de carros começou por volta de 1880. À época, a produção era sob encomenda. As famílias mais ricas do período faziam seus pedidos e as companhias produziam de acordo com o cliente.
Ao implantar a intercambialidade das peças, Ford transformou esse cenário.
“Em vez de fazer de cada carro um modelo com peças específicas, como se fosse uma obra de arte, ele procurou padronizar os componentes, os produtos e os processos”, explica o professor.
Surge a era da produção em massa e da busca por eficiência a partir da reprodução de um modelo padrão.
Antes da produção em massa, um operário levava oito horas de trabalho ou mais para voltar à mesma tarefa pela qual havia começado. No modelo fordista, esse intervalo caiu para dois minutos e, mais tarde, para um minuto ou até menos. O ciclo de produção se reduziu tremendamente.
A era Toyota

O grande marco seguinte para a evolução da fabricação automobilística, a produção enxuta, veio do Japão. A família Toyoda (com “d” mesmo), dona da Toyota (com “t”), foi a pioneira na introdução do sistema.
Eiji Toyoda, que liderava a Toyota quando a empresa ainda se dedicava principalmente a máquinas agrícolas, e seu “gênio da produção”, Taichi Ohno, foram visitar empresas nos Estados Unidos, para compreender como os automóveis eram fabricados.
Eles perceberam que o modelo americano não poderia ser levado para seu país, porque o mercado japonês era menor e o país ainda tinha uma população agrícola considerável. Surgiu a necessidade de adaptar a produção automobilística à realidade local.
Nesse período é que nasceu a ideia da produção enxuta. Porém, só a partir dos anos 1980 eles conseguiram definir, de fato, um sistema próprio, com características diferentes daquelas que os japoneses haviam observado em fábricas americanas.
Segundo Janny Teixeira, depois de se consolidar na Toyota, o sistema de produção enxuta ganhou o mundo. A partir dos anos 1990, essa forma de fabricar produtos em massa foi reconhecida por outras empresas como mais eficiente e entrou para a história da Administração de Empresas.
E que vantagens trouxe a produção enxuta?
Antes de mergulhar nas vantagens da produção enxuta, o professor da FEA-USP explica que uma das referências sobre o tema no mundo é uma pesquisa coordenada pelo Massachussets Institute of Technology (MIT).
Esse levantamento sobre as transformações na produção automobilística resultou em um livro, chamado Made in America. A pesquisa do MIT ainda inspirou outros estudos importantes, inclusive no Brasil, a respeito da evolução produtiva nas últimas décadas.
Um desses estudos gerou outro livro, chamado A máquina que mudou o mundo, que se concentra em explicar as características da produção enxuta. Essa é uma das principais fontes de informação para o curso online apresentado pelo professor Janny Teixeira.
Como explicam esses materiais de referência, as principais vantagens da produção enxuta são:
- Melhorias constantes nos processos produtivos – Os trabalhadores da Toyota no Japão conseguiam apresentar mais sugestões de aperfeiçoamento dos processos do que os operários americanos nas fábricas da Ford e de outras montadoras, explica Janny Teixeira.
- Menor tempo de montagem – A produção enxuta entregava um carro pronto em metade do tempo usado pelo modelo anterior para fabricar o mesmo produto.
- Menores índices de defeitos – O automóvel da Toyota ganhou fama, nos Estados Unidos, por não precisar de manutenção mecânica, nos primeiros anos de funcionamento. O professor lembra que a Chrysler chegou a apela ao patriotismo dos consumidores para conseguir se manter.
“Eles diziam ‘se você é americano, compre um carro americano!’. Com o passar do tempo, ficou evidente que isso era uma bobagem, até porque as peças não necessariamente vinham do país onde o carro era concluído”, diz o apresentador do curso.
Janny diz que levantamentos sérios reforçavam essa percepção de que “carro da Toyota não quebrava”.
De acordo com a Pesquisa Mundial das Montadoras do IMVP, os carros da General Motors (GM) apresentavam quase três vezes mais defeitos do que os da Toyota, em 1986.
- Menor necessidade de espaço físico – A Toyota precisava de menos espaço para produzir os carros do que suas concorrentes. Essa característica da empresa japonesa impactava positivamente os custos de operação.
Depois de ler sobre tantas aspectos positivos, naturalmente você deve estar se perguntando: “Afinal, como ele conseguiram chegar a esses resultados?”, não está?
Pois e sse será o tema do nosso próximo post. Fique ligado/a!
Saiba mais sobre produção enxuta
*Além de Janny Teixeira outros cinco professores da USP apresentam cursos online no Veduca. Veja só quem são eles e quais são as disciplinas em que eles são especialistas!
*Este post do Blog do Veduca explica quais são os campos de atuação profissional para um/a administrador/a.
*Está a fim de relaxar? Aqui temos dicas de três ótimos documentários disponíveis na Netflix e que ajudarão você a refletir sobre Ética na Administração. Prepare a pipoca!
Créditos das fotos
*Foto da chamada (operário soldando uma peça): Christopher Burns no Unsplash – Veja a foto aqui
*Carro da Ford: Alex Blăjan no Unsplash – Veja a foto aqui
*Carro da Toyota: Jessica Furtney no Unsplash – Veja a foto aqui